Sou Naiana Santos Costa, a filha mais velha de Manoel Messias Costa e Arlete Santos Costa, tenho duas irmãs e um irmão. Atualmente me casei e estou muito feliz com essa nova fase da minha vida. Tenho dois sobrinhos que é a razão da minha felicidade, eles se chamam Thaila e Thálisom. Sou de uma família de classe média baixa, onde tive que estudar em escola pública todo o meu processo educacional. Comecei a estudar em uma creche quando ainda tinha dois anos e oito meses de vida, porque minha mãe precisava trabalhar e não tinha onde me deixar, então eu tinha que estudar em tempo integral. A creche era municipal e lá estudei a educação infantil, foi maravilhoso, aprendi muitas músicas, era muito divertido brincávamos muito, foram momentos bons que guardo ainda muito viva na memória. Eu estudei na referida creche até aos sete anos e ao sair de lá fui ser alfabetizada em uma escola municipal próxima á minha casa. Nesta escola o ensino era tradicional como na maioria das escolas daquela época. Eu particularmente tinha muito medo de conversar com a diretora da escola e obedecia a professora por medo de ficar de castigo. Era uma escola simples, localizada na periferia.
Fui alfabetizada com uma cartilha na qual tínhamos que dá a leitura todos os dias, quem não acertasse tinha que estudar novamente o texto no fundo da sala enquanto a professora tomava a lição dos colegas e quando todos terminavam novamente a professora chamava o aluno que tinha errado a lição, então a professora começava tudo de novo, quando acontecia do aluno errar muitas palavras na segunda tentativa, a professora mandava o aluno estudar a mesma lição em casa para ler no dia seguinte. Nós sentávamos em filas e o professor sentava no centro da sala e por ser uma educação tradicional vivíamos vários momentos de tensão, onde para mim o pior era o momento da tabuada, onde a professora colocava uma cadeira em frente à sua mesa e chamava cada um dos alunos para tomar a tabuada e eu ficava muito nervosa, pois todos os alunos acompanhavam o desenvolvimento dos colegas e a professora era muito brava, se ela fizesse a pergunta e o aluno ao invés de dar a resposta exata repetisse a pergunta ela dizia que não estudamos e mandava o aluno sentar e estudar, outras vezes acontecia de uma maneira ainda pior, onde os alunos que acertaram iam perguntar aos demais colegas e quando errávamos éramos chamados de burros pelos colegas e isso era muito constrangedor.
Naquela época a relação professor – aluno se dava através de submissão e medo, onde fazíamos tudo que nos era solicitado para não ser levado para a secretaria ou ficar de castigo de pé no canto da sala com o rosto virado para a parede, o professor abusava da sua autoridade, confundindo muitas vezes com o autoritarismo.
Em relação à metodologia as aulas eram muito cansativas, aonde a professora ia para o quadro negro enchia de textos, depois de atividades e nós prestávamos atenção à explicação e em seguida respondíamos as atividades. Mas ainda hoje apesar de tantas críticas em relação ao ensino tradicional, ainda existem muitos professores com essa prática e o que é pior que se diz detentor do saber. Pois, para Paulo Freire, o professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes. Isto forma uma consciência bancária. O educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando- se um depósito do educador. Educa – se para arquivar o que se deposita. (FREIRE, 1979, P. 38).
A metodologia tradicional da educação bancária, não desenvolvia o pensamento do aluno, onde os professores viviam apenas para transmitir o seu conhecimento e dessa maneira, servia de suporte às ideologias da superestrutura, quando na verdade deveria ser um elemento mobilizador de transformação.
Lembro – me também dos dias de provas, que eram momentos de total pavor onde tínhamos que ficar sentados em filas parecendo umas estátuas sem poder olhar para o lado. Onde em nenhum momento era respeitada a faixa etária dos alunos, ao contrário éramos tratados como seres iguais que aprendiam tudo ao mesmo tempo. Esses momentos me causaram alguns traumas, onde até hoje mesmo já na universidade os momentos de avaliação me causa pavor, porque além de ser aterrorizados na escola, em casa ainda tinha a minha mãe que por não ter se formado, exigia muito de mim e não aceitava que eu fosse reprovada em nenhuma matéria. No período de prova ela só me deixava dormir depois que eu acertasse todas as questões dos conteúdos da avaliação.
Enfim, essas práticas dos professores fizeram de me uma pessoa ansiosa e às vezes insegura, onde quando preciso falar em público sofro muito, pois, muitas vezes me sinto inferior aos outros, mas isso já tem melhorado um pouco depois da universidade.
Oi Naiane,
ResponderExcluirGostaria que vc truxesse algumas reflexões teóricas sobre esses pontos:
Traga algumas refelxões teóricas sobre o método da cartilha.
Traga reflexões sobre o curso de Pedagogia na sua formação e o estágio em educação Infantil.